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Sintomas do parto prematuro: quais são?
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

Sintomas devem sempre ser avaliados pelo obstetra, pois a prematuridade é a maior causa de mortalidade infantil no Brasi

Segundo dados da Rede de Brasileira de Pesquisas Neonatais, o nascimento prematuro é responsável por cerca de 31% dos óbitos neonatais (1,2). O Prof. Alan Hatanaka reforça em todas as suas aulas em congressos, na Universidade e em seus textos que a época mais adequada de prevenção do nascimento prematuro é o período antes da mulher estar gestante. As tentantes têm a possibilidade de tratar doenças clínicas, infecções, malformações uterinas, além de ter uma vida saudável e iniciar a adequada suplementação vitamínica.

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Embora a consulta pré-concepcional seja ideal, no Brasil, cerca de 62% das mulheres já tiveram uma gravidez não planejada, provando a necessidade de melhoria na divulgação da importância do planejamento familiar (3). Uma vez gestante, o rastreamento e a prevenção da prematuridade devem ser feitos rotineiramente.

Ao mesmo tempo, saber reconhecer os principais sintomas do parto prematuro é fundamental para que a gestante busque atendimento médico e medidas sejam tomadas para tentar postergar o nascimento, reduzindo as complicações da prematuridade para o bebê (4).

O que é e quando é considerado um parto prematuro?

Parto prematuro é aquele que acontece após a 20ª semana da gestação e antes das 37 semanas (5–7). Aqueles que nascem com menos de 32 semanas têm maior risco de óbito neonatal e de apresentar doenças relacionadas à prematuridade, principalmente os que nascem com menos de 28 semanas. Analisando os dados do DataSUS, observamos que, entre 2010 e 2020, a taxa de nascimentos < 28 semanas aumentou de 0,47% para 0,54%, e entre 28 e 31 semanas aumentou de 1,04% para 1,06% (8).

O nascimento prematuro pode acontecer por indicação médica (como na pré-eclâmpsia, restrição de crescimento), ou por início espontâneo. É fundamental que faça parte da rotina pré-natal ensinar a mulher a reconhecer os sintomas do parto prematuro, pois, muitas vezes, é possível tentar adiar o parto com medicações que reduzem a contratilidade uterina ou agir de forma a evitar as principais complicações da prematuridade (9–11).

Quais as causas do parto prematuro?

O parto prematuro tem origem complexa e multifatorial. Alterações maternas ou no bebê geram um processo inflamatório na placenta, que acabam por causar contrações uterinas ou rotura das membranas. (12). As principais causas são:

  • Infecções;
  • Doenças vasculares causando sangramento da placenta;
  • Envelhecimento placentário;
  • Fatores imunológicos (infiltração de células T na placenta);
  • Redução da ação da progesterona;
  • Fatores mecânicos (hiperdistensão ou alterações no formato do útero levam a processos inflamatórios e parto prematuro);
  • Aumento da quantidade de DNA fetal livre.
Dr. Alan Hatanaka

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Mais importante do que entender as causas, é fundamental que a gestante reconheça se possui fatores de risco para nascimento prematuro, para que possa procurar um especialista. O Prof. Alan Hatanaka publicou artigo nas Recomendações da Sociedade Paulista de Ginecologia e Obstetrícia (SOGESP), descrevendo os principais fatores de risco, a saber (1):

  • Antecedente de parto prematuro espontâneo;
  • Infecções na gestação (infecção urinária, vaginose bacteriana, clamídia, ureaplasma, micoplasma, fusobacterium, sífilis, dentre outras);
  • Idade materna < 24 anos e acima de 40 anos;
  • Obesidade e baixo peso materno (índice de massa corporal acima de 30 e abaixo de 19);
  • Tabagismo e uso de drogas;
  • Baixa ingestão de peixes ou ômega 3;
  • Baixa escolaridade;
  • Realizar menos de 6 consultas de pré-natal;
  • Doenças clínicas (anemia, hipotireoidismo, hipertireoidismo, diabetes pré-gestacional, doenças autoimunes, dentre outras);
  • Malformações müllerianas (útero septado, subseptado e bicorno);
  • Cirurgias do colo uterino (conização, dilatações do colo de repetição);
  • Fertilização assistida;
  • Gestação gemelar;
  • Malformações fetais;
  • Sangramento vaginal no primeiro trimestre;
  • Comprimento do colo uterino curto;
  • Sinal do “sludge” do líquido amniótico.

É importante notar que muitos desses fatores de risco podem ser tratados antes de a mulher estar grávida, e o tratamento na gestação não tem resultados tão favoráveis quanto o tratamento pré-concepcional na maioria das vezes. Assim, é fundamental procurar um especialista em prematuridade antes mesmo de estar grávida.

Principais sintomas do parto prematuro

Contrações uterinas

Após 28 semanas, é normal a gestante apresentar as contrações de treinamento. São caracterizadas por endurecimento da barriga, na frequência de uma por hora, sem dores e com duração ao redor de 30 segundos. Essas contrações não geram dilatação, mas aos poucos preparam o colo uterino para o nascimento.

É fundamental diferenciar das contrações de trabalho de parto, que possuem ritmo de uma a cada 5 a 10 minutos, com duração de cerca de um minuto, associada à dor progressiva em baixo ventre, em geral, com irradiação para as costas ou para as pernas. Caracteristicamente as contrações não cessam mesmo utilizando buscopolamina, tomando banho, se alimentando ou evacuando.

Caso a paciente tenha contrações com menos de 37 semanas, é fundamental comunicar seu médico e dirigir-se rapidamente à maternidade, pois a presença de contração uterina é o principal sintoma do parto prematuro.

Perda de líquido vaginal

A famosa “rotura da bolsa” é caracterizada pela perda de grande quantidade de líquido por via vaginal, que não cessa após urinar. Em geral, trata-se de líquido transparente, discretamente esbranquiçado, com odor semelhante à água sanitária. Raros são os casos de rotura alta das membranas, quando há perda de pequena quantidade de líquido.

A maioria das gestantes que apresentam rotura das membranas antes de 37 semanas entram em trabalho de parto em 48 horas. As que permanecem gestantes devem permanecer preferencialmente em ambiente hospitalar para controle de sinais de infecção. Sem dúvida é um dos sintomas do parto prematuro mais temidos pelas mamães.

Perda do tampão mucoso

A perda do tampão mucoso, embora gere muita apreensão na mulher, não tem a capacidade predizer a data do parto com precisão. É um sintoma do parto prematuro inespecífico, pois pode preceder o trabalho de parto em horas, dias ou semanas. Este acontece quando há dilatação do colo uterino e o muco que recobre a parte interna do seu canal sai através da vagina.

É caracterizado por ser um muco espesso, sem odor, grudento, que não causa coceira. Na maioria das vezes é transparente, mas pode estar associado a sangue, tornando-o avermelhado.

Queda do ventre

As contrações de treinamento vão gerando a descida progressiva da cabeça através da bacia da mulher. Após 36 semanas, apenas em mulheres que estão na primeira gestação, pode ocorrer a queda do ventre. Popularmente diz-se que a “barriga está baixa”.

Embora na cultura popular seja um dos principais sintomas do parto prematuro, sabemos que esse sinal só ocorre no final da gestação, portanto, não se trata de um sinal específico de iminência de nascimento, principalmente prematuro.

Gestantes com menos de 28 semanas

Em gestantes com menos de 28 semanas, os sintomas do parto prematuro são mais leves e inespecíficos. O principal sinal é uma pressão ou uma dor em baixo ventre, na maioria das vezes sem irradiação. Para esclarecer se trata-se ou não de um trabalho de parto efetivo, a ultrassonografia transvaginal e alguns testes laboratoriais podem auxiliar no diagnóstico.

Sintomas do parto prematuro: como agir?

Qualquer gestante que apresentar algum dos sintomas mencionados anteriormente deve procurar assistência médica imediata, pois embora possam ser sinais falsos e não representar nenhuma complicação, também podem ser sintomas de parto prematuro ou outras complicações que precisem de atendimento médico de urgência.

A partir do diagnóstico de trabalho de parto prematuro, a conduta do obstetra dependerá da idade gestacional, da vitalidade fetal, da presença das membranas íntegras e da causa do parto prematuro.

Em gestantes com menos de 34 semanas, considerando que a vitalidade fetal está normal e a gestante não está com nenhum quadro infeccioso ou doença clínica descompensada, deve-se inibir o trabalho de parto com o uso de medicações, como a atosibana ou nifedipino.

Ao contrário do que a maioria das pessoas imagina, o principal objetivo da inibição não é evitar o nascimento antes de 37 semanas, mas, sim, possibilitar o uso de corticoide na mãe para amadurecer o pulmão do bebê. O uso da medicação reduz o risco de desconforto respiratório, chance de intubação orotraqueal, infecções, hemorragias, problemas no neurodesenvolvimento infantil e óbito neonatal (9).

Importante chamar a atenção para o uso indiscriminado de corticoides. Bebês cujas mães receberam corticoide para amadurecimento do pulmão antes de 34 semanas, mas que acabaram nascendo após 37 semanas, têm maior chance de déficit de atenção, hiperatividade, alterações emocionais, distúrbios sociais e doenças do sono (13).

O médico deve ser preciso no diagnóstico de trabalho de parto prematuro, e o uso da ultrassonografia transvaginal para avaliação do colo pode ser de grande valia, principalmente quando associado ao uso de testes laboratoriais. São fitas semelhantes ao teste de COVID-19, mas que são realizadas com secreção vaginal, as quais procuram algumas proteínas que quase só estarão presentes em mulheres cujo bebê vai nascer no período de uma semana. Os principais nomes comerciais são PartoSure® (PAMG-1), ActimPartus® (phlGFBP-1), PremaQuick® (phlGFBP-1) e QuickCheck® (fibronectina).

Importância do acompanhamento no pré-natal

O acompanhamento pré-natal para a prevenção da prematuridade deve sempre ser iniciado antes mesmo de a mulher engravidar, durante uma consulta pré-concepcional. O pré-natal deve incluir explicações claras sobre os sinais de trabalho de parto prematuro, pois o reconhecimento precoce é determinante para o sucesso do tratamento.

Acolher a mulher em trabalho de parto prematuro, tentando encontrar a causa da prematuridade, é o primeiro passo para o sucesso do tratamento. O obstetra deve ter segurança, agilidade nas decisões e assertividade, pois suas decisões podem impactar de maneira decisiva o futuro dessa família.

O Prof. Alan Hatanaka é especialista em gestação de alto risco. Nos últimos anos, vem produzindo continuamente pesquisas na área de prematuridade, além de ministrar inúmeras aulas em congressos e em universidades.

A equipe do Prof. Alan Hatanaka está aguardando seu contato para iniciar a jornada de uma gravidez saudável e segura.

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Referências Bibliográficas

  1. Hatanaka AR, Souza E de, Ferreira EC, França MS, Souza RT. www.sogesp.com.br. 2022. Predição do Parto Pré-Termo – Recomendações SOGESP.
  2. Guinsburg R, Sanudo A, Kiffer CR V, Marinonio ASS, Costa-Nobre DT, Areco KN, et al. Annual trend of neonatal mortality and its underlying causes: population-based study – São Paulo State, Brazil, 2004–2013. BMC Pediatr. 26 de dezembro de 2021;21(1):54.
  3. Maria Celeste Osório Wender, Rogério Bonassi Machado, Carlos Alberto Politano. Influência da utilização de métodos contraceptivos sobre as taxas de gestação não planejada em mulheres brasileiras. Femina. 2022;50(3):135–41.
  4. De Almeida MFB, Guinsburg R, Martinez FE, Procianoy RS, Leone CR, Marba STM, et al. Fatores perinatais associados ao óbito precoce em prematuros nascidos nos centros da Rede Brasileira de Pesquisas Neonatais. J Pediatr (Rio J). 2008;84(4):300–7.
  5. Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. https://cremesp.org.br/?siteAcao=Pareceres&dif=a&ficha=1&id=16570&tipo=PARECER&orgao=%20Conselho%20Regional%20de%20Medicina%20do%20Estado%20de%20S%E3o%20Paulo&numero=197356&situacao=&data=13-02-2020. 2020. Consulta no 197.356/19 – Sobre o entendimento de óbito fetal, no que tange a idade gestacional a ser considerada para a emissão de Declaração de Óbito para o natimorto, e quando considerar um aborto.
  6. World Health Organization. CC BY-NC-SA 3.0 IGO. Geneva; 2023 [citado 14 de julho de 2023]. p. 1–126 Born too soon: decade of action on preterm birth. Disponível em: https:// creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/ igo).
  7. Blencowe H, Cousens S, Chou D, Oestergaard M, Say L, Moller AB, et al. Born Too Soon: The global epidemiology of 15 million preterm births. Reprod Health. 2013;10(Suppl 1):S2.
  8. Ministério da Saúde do Brasil. Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC – DATASUS [Internet]. [citado 2 de fevereiro de 2024]. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinasc/cnv/nvuf.def
  9. McGoldrick E, Stewart F, Parker R, Dalziel SR. Antenatal corticosteroids for accelerating fetal lung maturation for women at risk of preterm birth. Cochrane Database of Systematic Reviews [Internet]. 25 de dezembro de 2020; Disponível em: http://doi.wiley.com/10.1002/14651858.CD004454.pub4
  10. Doyle LW, Crowther CA, Middleton P, Marret S, Rouse D. Magnesium sulphate for women at risk of preterm birth for neuroprotection of the fetus. Cochrane Database of Systematic Reviews. 2009;(1).
  11. Wilson A, Hodgetts-Morton VA, Marson EJ, Markland AD, Larkai E, Papadopoulou A, et al. Tocolytics for delaying preterm birth: a network meta-analysis (0924). Cochrane Database of Systematic Reviews. 10 de agosto de 2022;2022(8).
  12. Romero R, Dey SK, Fisher SJ. Preterm labor: One syndrome, many causes. Science (1979). 15 de agosto de 2014;345(6198):760–5.
  13. Ninan K, Liyanage SK, Murphy KE, Asztalos E V., McDonald SD. Evaluation of Long-term Outcomes Associated With Preterm Exposure to Antenatal Corticosteroids. JAMA Pediatr. 6 de junho de 2022;176(6):e220483.