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Grávida pode viajar de avião?
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

Descubra em quais situações a grávida pode viajar de avião e confira dicas para uma viagem tranquila e segura.

A gravidez é um período cheio de questionamentos e uma das dúvidas mais comuns é se grávida pode viajar de avião. Este artigo aborda todos os detalhes que você precisa saber para uma viagem tranquila e segura.

A seguir, vamos explicar se grávida pode viajar de avião, contar o que a medicina recomenda, dar dicas para uma experiência segura e muito mais. Continue lendo e esclareça todas as suas dúvidas!

Dr. Alan Hatanaka

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Grávida pode viajar de avião?

Sim, grávidas podem viajar de avião, desde que estejam em boas condições de saúde e a gravidez esteja evoluindo sem complicações. As aeronaves comerciais são pressurizadas e não apresentam riscos à mãe ou ao bebê, como alterações nos sinais vitais, ruptura de membranas ou descolamento de placenta. Além disso, a exposição à radiação durante o voo é considerada segura para o feto. Sendo assim, grávida pode viajar de avião tranquilamente na maioria dos casos.

O que diz a medicina sobre viagens aéreas na gravidez?

Para saber se a grávida pode viajar de avião, é importante entender algumas orientações médicas que ajudam a evitar riscos durante o voo. De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREME/SP), a viagem deve ser evitada caso a gestante apresente dores ou sangramentos antes do embarque. Além disso, recomenda-se que gestantes multíparas, com incompetência istmocervical, atividade uterina aumentada ou histórico de parto prematuro evitem viagens longas. Em condições que possam comprometer a oxigenação da placenta, é indicada a avaliação da necessidade de suporte com oxigênio durante o voo.

O CREME/SP também destaca que o voo não está associado ao aumento da incidência de ruptura prematura de membranas ovulares ou ao descolamento prematuro de placenta, oferecendo segurança para gestantes com evolução de gravidez saudável.

Com até quantas semanas de gravidez é permitido viajar de avião?

Cada companhia aérea no Brasil possui diretrizes específicas para gestantes e é importante consultá-las antes de viajar. Em outras palavras, cada empresa define as suas próprias regras em relação a passageiras grávidas.

Segue, abaixo, uma tabela detalhada com as exigências de cada companhia até 11/2024.

Gestação única
EmpresaIdade gestacionalAtestado médicoDeclaração de

responsabilidade médica

GolAté 29 semanasNãoNão
30 a 35 semanasSim, validade de até 7 diasNão
36 a 37 semanasSim, validade de até 7 diasNecessário
≥ 38 semanasSim (Embarque apenas

em situações de emergência)

Sim
LatamAté 29 semanasNãoNão
≥ 30 semanasSimNão
AzulAté 29 semanasNãoNão
30 a 35 semanasSim, validade de até 7 dias +

Formulário de Gestante Azul

Não
36 a 38 semanasSim, validade de até 7 dias +

Formulário de Gestante Azul

Apresentar o MEDIF que

será validado pela Azul

 

Gestação gemelar
EmpresaIdade gestacionalAtestado médicoDeclaração de

responsabilidade médica

GolAté 29 semanasNãoNão
30 a 31 semanasSim, validade de até 7 diasNão
32 a 37 semanasSim, validade de até 7 diasSim
≥ 38 semanasSim (Embarque apenas

em situações de emergência)

Sim
LatamAté 29 semanasSim (48 antes do vôo)Não
≥ 30 semanasSim (48 antes do vôo)Não
AzulAté 29 semanasNãoNão
30 a 31 semanasSim, validade de até 7 dias +

Formulário de Gestante Azul

Não
36 a 38 semanasSim, validade de até 7 dias +

Formulário de Gestante Azul

Apresentar o MEDIF que

será validado pela Azul

 

Para a Latam, se a gravidez for de alto risco, é preciso enviar um atestado médico através de formulário de contato pelo menos 48 ​​horas antes de viajar.  

Para a Azul, mesmo com atestado médico, não é permitida a viagem aérea para gestantes durante os 7 dias que antecedem a data prevista para o parto e 7 dias após o parto. Não é recomendado viajar com recém-nascidos nos 7 dias posteriores ao nascimento. O tempo de gestação é considerado na data de embarque e não na data de reserva ou de compra da passagem.

Embora esses dados tenham sido extraídos do próprio site das companhias aéreas, é comum na prática clínica do Prof. Dr. Alan Hatanaka os relatos da exigência de atestado a partir da 28ª semana para gestações únicas e a partir da 26ª semana para gestações múltiplas. Assim, é mais prudente viajar com um atestado do seu médico, contendo a idade gestacional e a data provável do parto e dizendo se possui condições clínicas para viajar.

Dicas para uma viagem segura e confortável

Como vimos, grávidas podem viajar de avião desde que sigam as dicas certas para garantir o seu conforto e a sua segurança durante o voo. Algumas recomendações do CREME/SP para gestantes incluem:

Antes do voo

  • Evitar dietas produtoras de gases nos dias anteriores à viagem e compensar anemias preexistentes.

Durante o voo

  • Manter o cinto de segurança afivelado sobre a pelve, abaixo da barriga, especialmente no 3º trimestre, para evitar choques na região abdominal;
  • Evitar alimentos que produzam gases antes e durante o voo;
  • Em voos com duração superior a 4 horas, realizar exercícios leves com as pernas para evitar a imobilidade prolongada e reduzir o risco de trombose.

Prevenção de tromboses em viagens aéreas

O risco de tromboembolismo venoso aumenta durante a gravidez devido a mudanças fisiológicas, como a estase venosa causada pela vasodilatação induzida pela progesterona e a compressão da veia pélvica pelo útero em crescimento.

Esse risco pode ser exacerbado durante viagens aéreas longas, em que a imobilidade prolongada e a exposição a ambientes de baixa pressão podem intensificar a tendência a coágulos. Em mulheres grávidas que viajam por períodos prolongados, o risco estimado de tromboembolismo venoso durante o voo é de aproximadamente 0,4 a cada 1.000 viagens.

  • Hidratação e movimentação: se levantar, caminhar e fazer exercícios para as pernas ajuda a promover a circulação e a reduzir o risco de formação de coágulos;
  • Meias de compressão graduada: o uso de meias de compressão de 20-30mm/Hg são recomendadas para todas as gestantes;
  • Profilaxia farmacológica: em gestantes com histórico de trombose ou trombofilia comprovada, a profilaxia com heparina de baixo peso molecular pode ser indicada, embora a decisão deva ser tomada em conjunto com o obstetra.

Grávida pode tomar a vacina da febre amarela?

Alguns países exigem a vacinação para febre amarela, principalmente algumas ilhas do Caribe. Entretanto, a vacina contra a febre amarela é contraindicada na gestação e na amamentação por conter um vírus vivo atenuado. Instituições como o Ministério da Saúde, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) contraindicam a vacinação em mulheres grávidas, a menos que haja um risco significativo de exposição à doença.

Para viagens a países que exigem a vacinação contra a febre amarela, é fundamental que a gestante consulte o seu obstetra. O médico poderá fornecer um atestado oficial justificando a contraindicação da vacina e solicitando a dispensa da exigência vacinal. Esse documento deve ser apresentado às autoridades competentes, permitindo que a gestante viaje em segurança sem comprometer a saúde do feto.

Agora que você já sabe que grávida pode viajar de avião, aproveite as suas férias, mas cuide sempre da dieta e mantenha os exercícios físicos. A equipe do Prof. Dr. Alan Hatanaka está aguardando o seu contato para você iniciar a jornada de uma gravidez saudável e segura.

 

Referências bibliográficas

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